Projeto cria sistema de informações
para proteger o Aqüífero Guarani
A Secretaria do Meio Ambiente
do Estado - SMA realizou nesta sexta-feira (23/4) o Seminário
Internacional Proteção do Aqüífero
Guarani para divulgar os resultados do projeto de cooperação
entre os governos do Estado de São Paulo e da Baviera,
na Alemanha, que deu origem a um sistema-piloto de informação
sobre esse manancial que abrange cinco países da América
do Sul e oito Estados brasileiros.
Estiveram presentes na abertura, Suani Texeira
Coelho, secretária adjunta do Meio Ambiente, Gilberto Magioni,
prefeito de Ribeirão Preto,Wulf Riess, conselheiro ministerial
e diretor do Departamento de Relações Internacionais
do Ministério de Meio Ambiente, Saúde Pública
e Proteção ao Consumidor do Estado da Baviera, Luís
Amore, secretário geral do Projeto Nacional do Aqüífero
Guarani, Rudols Schallenmüller, cônsul honorário
alemão em Ribeirão Preto, Edward Ferreira Filho,
promotor de Justiça de São Carlos, Sônia Abissi
Nogueira, diretora do Instituto Geológico, Celso Certicarrari,
secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica
Mogi-Pardo, Duarte Nogueira, secretário estadual da Agricultura
e Abastecimento, Otávio Okano, diretor de Controle da Poluição
da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental - CETESB.
Trabalhos
Suani Coelho, que é coordenadora geral
do projeto que envolve dos governos de São Paulo e da Baviera,
apresentou alguns trabalhos em andamento na Secretaria do Meio
Ambiente e salientou a postura pró-ativa do secretário
José Goldemberg resolvendo problemas por meio da articulação
da sociedade com os órgãos gestores: Terminada
a primeira etapa do Projeto Aqüífero Guarani, com
o desenvolvimento do sistema-piloto de informação
e mais as avaliações hidrogeológicas sobre
as futuras delimitações das áreas para a
infiltração de poços, pode-se agora expandir
o estudo para fora de Ribeirão Preto abrindo novas perspectivas
para continuação do trabalho.
O secretário Duarte Nogueira mostrou
a importância do aqüífero para a maior plataforma
agrícola do país e aconselhou o uso intensivo, mas
racional, da água no município, considerando que
não existe agricultura eficiente sem a disponibilidade
de água. O prefeito Gilberto Magione reforçou a
fala do secretário ressaltando a necessidade de mudar a
cultura do uso da água em Ribeirão Preto para estender
a vida do aqüífero ao máximo.
O diretor de Controle da Poluição
da CETESB, Otávio Okano, que é também coordenador
técnico do projeto na região de Ribeirão
Preto, disse que o projeto visa preservar a boa condição
da água do aqüífero para que as próximas
gerações possam usufruir desse recursos natural
com essa mesma qualidade. Segundo o secretário executivo
do Comitê de Bacia Hidrográfica do Mogi-Pardo, Celso
Certicarrari, este trabalho resultou numa ferramenta de trabalho
importantíssima para se discutir o valor da água.
Os órgãos públicos precisam combater
a perda desse recurso natural para podermos ter um aqüífero
sustentado, enfatizou.
O promotor de Justiça Edward Ferreira
Filho, de São Carlos, falou sobre a importância do
projeto que permite detectar de forma cientifica os agentes que
possam contaminar qualquer área de recarga, como, por exemplo,
o setor sucroalcoleiro. O promotor lembrou que o Ministério
Público espera que o setor assuma a sua responsabilidade
na redução no uso da água e no uso intensivo
de agrotóxicos, que constituem graves fontes de poluição
da água subterrânea e superficial. O Ministério
Público e a população estão exigindo
a adoção de técnicas modernas na agricultura
e reposição da vegetação ciliar, além
da reserva legal florestal que, hoje, se resume a 20% da área
total, disse.
O projeto
Foram três anos para organizar os
dados sobre as águas subterrâneas no âmbito
da Secretaria do Meio Ambiente e articulá-los com os mapas
temáticos da região, para uma avaliação
adequada num mesmo sistema de informações,
explicou Mara Iritani, do Instituto Geológico, coordenadora
técnica do Projeto Aqüífero Guarani.
A técnica completou que a cooperação
dos técnicos alemães permitiu efetuar os cálculos
necessários sobre o balanço hídrico para
a delimitação das áreas de proteção.
A experiência ajudou a definir duas propostas de delimitação
de área de proteção, que serviram de base
para a discussão, e a estratégia futura que será
discutida com a sociedade para, posteriormente, estabelecendo
critérios e restrições de uso para não
prejudicar o aqüífero. Esse trabalho vai subsidiar
um projeto internacional, abrangendo cinco países da América
do Sul, que será financiado pelo Banco Mundial.
Texto: Renata Egydio
Fonte: SMA
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